COLUNISTA
LINHA DO TEMPO DE PALMEIRA DAS MISSÕES: Do início do século XIX à emancipação
   
PALMEIRA DAS MISSÕES, 148 ANOS

1g5515

Por Instituto Palmeirense de História.
06/05/2022 14h01

No ano em que Palmeira das Missões comemora 148 anos de emancipação político-istrativa, seu ado e seu presente se aproximam. Do ado são buscados eventos, personagens e inspiração. Do presente são buscadas reflexões sobre as conquistas e os desafios próprios de nosso tempo.

Para celebrar a data magna de Palmeira das Missões, 06 de maio, segue uma linha do tempo. A história desta comunidade, entretanto, não começa em 1874. Começa, sim, com as nações nativas que habitavam o território. Essa historicidade, mais tarde, se aprofunda e se torna mais complexa, com a contribuição espanhola e portuguesa; das comunidades jesuíticas e dos lusos brasileiros; de africanos e orientais; e de diversas outras etnias.

Esta pequena linha do tempo apresenta alguns apontamentos dessa história. Partindo do período missioneiro, se dirige ao ano de 1974, ano do primeiro Centenário de Palmeira das Missões.

LINHA DO TEMPO HISTÓRICO-CULTURAL: ALGUNS ASPECTOS

Período Jesuítico

Compreende o ciclo missioneiro do Rio Grande do Sul (Séculos XVII ao XVII)

O território não foi efetivamente ocupado, mas foi desbravado por padres jesuítas e índios missioneiros. O território que viria a ser Palmeira das Missões fazia parte da periferia istrativa da região missioneira, e seus ervais, já eram explorados Neste período não houve a formação de núcleos urbanos, pois na época de safra de erva-mate, eram erguidos ranchos de capim que eram abandonados ao fim do trabalho.

1808

O tropeiro João de Barros teria transportado tropa de mulas de São Borja ao sudeste brasileiro. Seria o responsável pelo povoamento da Região de Cruz Alta e Palmeira das Missões (Mozart Pereira Soares, 2004, p. 111, em análise do Livro Tombo da Paróquia Santo Antônio.).

Por esta época, já havia uma ocupação difusa, prelúdio da Vilinha da Palmeira (Mozart Pereira Soares, 2004, p. 111, em análise do Livro Tombo da Paróquia Santo Antônio).

Ainda que com uma população escassa, começa a aumentar o número de habitantes dos campos e matos, muitos destes originários de Cruz Alta, que vieram atraídos pela riqueza dos ervais. (Nota dedutiva de Mozart Pereira Soares, Santo Antônio da Palmeira, p. 110, em análise do Livro Tombo da Paróquia Santo Antônio).

1815

Inicio do povoamento da sede da Vilinha, em torno da Praça da Vila Velha. Não teria mais que uma dezena de casas, dispostas em quadro, em torno da praça da Vila Velha, então denominada Praça da Santa Cruz. (Nota dedutiva de Mozart Pereira Soares, Santo Antônio da Palmeira, p. 127).

1816

Início do tropeirismo na região da futura Grande Palmeira, a partir da expedição do Alferes Athanagildo Pinto Martins, reconhecido regionalmente como um dos primeiro desbravador desta região, em 1816. Nascido em Castro (Paraná), este explorador vinha de São Paulo, procurando estabelecer um novo caminho para os tropeiros que saiam da região missioneira, em direção a São Paulo. A partir deste momento, com a concretização do projeto da estrada, intensifica-se a fixação de famílias paulistas na região, atraídos pela riqueza das terras.

1824

Existe grande número de habitantes que deixaram Cruz Alta pela abundância de erva-mate, a cujo fabrico se dedicavam reunidos em comitivas e armados para se defenderem dos indígenas, trabalhando a mão comum dentro dos matos que circulavam este lugar onde hoje é Sede da paróquia, sendo que nesse tempo primitivo chegaram muitos comerciantes com suas carretas de negócios para permutarem por era e, para maior abrigo das estações, faziam suas casas de capim, tendo eles escolhidos este solo por ser mais alto e descoberto ao longe qualquer invasão de gentio. (Francisco Theodósio de Almeida Leme. Livro Tombo da Paróquia Santo Antônio da Palmeira. In Soares, 2004, p.112).

 É destacado como autoridade local o Capitão Fidelis Militão de Moura, que delimita na Vilinha a quadra central e a batiza de Praça de Santa Cruz. Em sua face norte, constrói a Capelinha de Nossa Senhora do Rosário (Anaudifisc, p. 46).

Em 1822 “chega ao povoado o Capitão Fidélis Militão de Moura, designado pelos poderes provinciais para ser a primeira autoridade constituída”. (http://cidades.ibge.gov.br//historico.php?lang=&codmun=431370&search=||infogr%E1ficos:-hist%F3rico)

 “Não sabemos ao certo a data em que o capitão Fidelis se transferiu para Palmeira”. Informa, ainda que “a data do nascimento do filho, Serafim de Moura Reis (1836), parece documentar que, até aí, Fidelis Militão de Moura permanecia em Cruz Alta”. (Soares, Mozart Pereira. Santo Antônio da Palmeira, 2004, p. 115).

Fidelis Militão de Moura, um dos primeiros moradores de Cruz Alta, participou da Revolução Farroupilha ao lado dos Imperiais, fez parte da 1ª Câmara Municipal de Cruz Alta/RS, destacada liderança em Cruz Alta/RS e Palmeira das Missões/RS. (Zelce Mousquer, in http://pufal.blogspot.com.br/2011/03/familias-portuguesas-nas-missoes.html ).

1833

É criado o município de Cruz Alta (Resolução do Presidente da Província em Conselho, na data de 11 de março de 1833.). O território de Palmeira das Missões, então, fazia parte deste município.

 1834

É criado o Distrito da Palmeira (5º Distrito do município de Cruz Alta, por decisão da Câmara de Cruz Alta em sessão do dia 5 de agosto de 1834).

 João Vicente de Souza descobre os ervais de “Campos Novos”. Souza e seus filhos se colocam a “fazer erva”, até serem atacados por índios. Após este episódio, Souza (e outros) abre uma estrada de carreta, atraindo muitos fabricantes de erva. SOARES, Mozart Pereira. Santo Antônio da Palmeira, 2004, p. 147, citando documento do Arquivo Histórico. Documentos relativos a Cruz Alta (1858).

1835

Palmeira é um “acampamento primitivo de ervateiros”, não participando propriamente da Revolução Farroupilha. (SOARES, Mozart Pereira. Santo Antônio da Palmeira, 2004, p. 167).

1848

Nova divisão istrativa do território de Cruz Alta. Palmeira a a ser o 6º Distrito.

27 de fevereiro: Francisco Pinheiro da Silva doa à irmandade de Santo Antônio área para edificação da capela do povoado. Livro 3, folha 69, nº de ordem 256 (SOARES, Mozart Pereira, Santo Antônio da Palmeira, 2004, p. 144 e 145).

1850

Autorização para a construção da Capela à Santo Antônio, pelo Conego Tomé Luis de Souza, Vigário Geral da Província, encarregando-se da construção o Major Antônio Novaes Coutinho.

 O centro urbano da Vila começa a se deslocar mais para a coxilha mais ao sul. Inicia-se a Vila Nova, em torno da Praça do Cemitério. Novaes Coutinho possuía residência na esquina desta praça, onde hoje esta a escola Borges do Canto.

1852

Athanagildo Pinto Martins que havia se estabelecido no interior de Cruz Alta, onde veio a ser um vulto importante, falece na Invernada do Guarita.

1854

Inauguração da Capela à Santo Antônio. A benção foi autorizada pelo primeiro Bispo do Rio Grande do Sul, D. Feliciano José Rodrigues Prates.

1855

Nova divisão istrativa do território de Cruz Alta. Palmeira a a ser o 6º Distrito.

1857

14 de janeiro: A Lei Provincial nº 335 cria a Freguesia de Santo Antônio da Palmeira, na localidade denominada Vilinha. A mesma lei define o território como Distrito de Cruz Alta.

Nota dedutiva: o núcleo urbano não contava ainda com 20 casas (Hemérito Veloso da Silveira, As Missões Orientais e seus Antigos Domínios).

Nota descritiva: Já havia na Vilinha, 4 comerciantes: Dom Marcos Ochoa (espanhol), Henrique Flannes (s), Nicolau Cazuni e João Antônio de Souza Bessa (portugueses). (Mozart Pereira Soares, Santo Antônio da Palmeira, p. 129).

16 de março: picada entre Campo Novo e São Jacó (sudoeste de Palmeira) é contratada por Gabriel Oliveira de Lima.

1858

População de Palmeira (FEE. Censos do RS: 1803 -1850):

2922 livres

4 libertos

449 escravos

Total: 3.375

1859

Os negociantes de Campo Novo abrem uma picada para cargueiros que deveria sair do Pari (atual Tenente Portela) sobre o rio Uruguai, para exportação da erva beneficiada.

 1863

Lei Provincial nº 552, de maio, cria o Distrito de “Campo Novo”, em Cruz Alta.

1865

Tenente-coronel Tibúrcio Alvarez da Siqueira Fortes organizou o 6º Corpo Provisório, para a Guerra do Paraguai.

 1868

A Vilinha se encontrava à direita da estrada entre Cruz Alta e Campo Novo [...] sobre uma coxilha. É centro da encruzilhada dos ervais adjacentes e depósito das ervas que neles se fabricam, composta de vinte a trinta casas e ranchos de palha, e uma Capelinha, única em todo o distrito que tinha sacerdote. (Henrique Ambauer Schutel, Revista Trimestral do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro1868).

1874

07 de fevereiro: é benzida a pedra fundamental da nova Matriz Santo Antônio, por Francisco Theodósio de Almeida Leme. (Francisco Theodósio de Almeida Leme. Livro Tombo da Paróquia Santo Antônio da Palmeira. In Soares, 2004, p. 120).

06 de maio: Lei nº 928 eleva à categoria de Vila a freguesia de Santo Antônio da Palmeira, com os territórios do 3º Distrito de Cruz Alta e 3º Distrito de o Fundo (Nonoai).


   

  

menu
menu